Amigos del Camino
Acompanho Juani, uma médica de Valência, até Melide. Juani esteve 23 dias em coma e voltou. Ninguém percebe como e entre os médicos que a acompanharam ficou conhecida como “a Ressuscitada”. «Não sei porque que estou aqui outra vez. Deve haver alguma razão para isso ter acontecido», conta a minha companheira de travessia, que já fez a peregrinação a Lurdes e pretende ir até Fátima no próximo ano.
Paco, o marido, ficou para trás. Chega um pouco mais tarde e por momentos pensamos que está prestes a desistir. Mas, no dia seguinte, à chegada a Arzua, é ele o mais espirituoso. Enérgico, não pára de contar anedotas e estórias caricatas da sua vida valenciana. Arzua é uma localidade simpática, a 37 quilómetros de Compostela, e uma das mais preservadas deste final do Caminho Francês. O próprio albergue é uma casa rural adaptada, com um espigueiro no pátio interior. Um sítio ideal para o descanso do guerreiro, para cimentar as amizades caminheiras, quem sabe em torno de uma cerveja “Estrella Galicia” bem fresquinha e de um “bocadillo” (sanduíche) inesquecível, com um bom chouriço galego ou um presunto serrano. Fala-se de Espanha, de Portugal. Ouve-se o castelhano, o inglês, o francês e o italiano, o alemão.
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